quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cova da Moura, Um caso importante em portugal

O Bairro do Alto da Cova da Moura, situado no município da Amadora, é um dos maiores e mais antigos enclaves de população migrante existentes na área metropolitana de Lisboa. Oficialmente classificado como um bairro degradado de génese ilegal, o Alto da Cova da Moura surge da ocupação espontânea de terrenos privados e do Estado, que se inicia nos finais dos anos quarenta com a construção das primeiras barracas por pequenos grupos de migrantes rurais.
A partir do início dos anos 1970, populações oriundas de Cabo Verde foram-se fixando progressivamente no bairro. A proximidade ao centro da cidade de Lisboa e o fácil acesso a rodovias principais e à rede de transportes públicos permitia a estas populações, na sua maioria com baixos recursos económicos, uma grande acessibilidade ao emprego e a outros serviços (educação, saúde, equipamentos sociais, recreativos e desportivos).
Ocupando uma área de cerca de 16,3 ha, estima-se, presentemente, que a população total do bairro ronde as 5 000 pessoas, com origens culturais e étnicas muito diversificadas. A maioria da população é originária de Cabo Verde, sendo igualmente de assinalar a presença significativa de imigrantes oriundos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, assim como de migrantes internos do Centro e Norte de Portugal, e de nacionais regressados das ex-colónias. Nos últimos anos, a fixação de populações migrantes da Europa de Leste e do Brasil tem vindo a acentuar a heterogeneidade populacional do bairro.
Geograficamente, este bairro é um lugar fragmentado, difuso, com uma matriz espacial pouco homogénea. A sul, o traçado tortuoso de ruas estreitas e poeirentas, de casas, barracas e anexos encavalitados, formando uma malha labiríntica apertada. A norte, a geografia apresenta uma lógica mais reticulada, de ruas pavimentadas e de casas cercadas por pequenos jardins, onde habitam os nacionais retornados de África, migrantes internos e uma pequena burguesia africana. Chamam-lhe o "bairro europeu" em oposição ao "bairro africano" a sul.

Sem comentários:

Enviar um comentário